domingo, 31 de julho de 2011

A ontologia hermenêutica contemporânea e sua acentuação positiva com o niilismo, segundo Gianni Vattimo (1)





Roberto S. Kahlmeyer-Mertens


Gianni Vattimo é herdeiro da hermenêutica da facticidade heideggeriana e da crítica ao niilismo de Nietzsche. Desde esse dúplice posicionamento o autor propõe uma interpretação da ontologia hermenêutica contemporânea acentuando a relação com o conceito de niilismo.
Para Vattimo, o niilismo constitui uma espécie de enfraquecimento das categorias metafísicas difundidas historicamente pela tradição; esta debilidade ontológica torna possível que tenhamos mais clareza quanto ao modo de ser do homem, clareza quanto ao fato de o homem ser um existente e que os fenômenos de seu mundo hodierno dependem do modo com que este já sempre existe mundanamente.
O filósofo utiliza a hermenêutica evidenciando o que chama de “pensiero debole”, pedra de toque para tratar de temas como a democracia tardo-moderna, a tolerância e o pluralismo político, cultural e ético. Tal esforço se caracteriza nas palavras do autor, quando ele mesmo afirma que o “pensamento fraco pensa a história da emancipação humana como uma progressiva redução de violência e dos dogmatismos e que favorece a superação daquelas estratificações sociais que deles derivam”. (2)
Diante desta resumida apresentação, a conferência tem o objetivo de expor conceitos diretrizes do pensamento de Vattimo, de modo a registrar seus principais argumentos e desdobramentos na filosofia contemporânea.

 
NOTAS:

1. Resumo expandido de conferência apresentada no Cenáculo Fluminense de História e Letras por ocasião da comemoração do Ano da Itália no Brasil (2011).

2. VATTIMO, Gianni. A tentação do realismo. Trad. Reginaldo Di Piero. Rio de Janeiro: Nova Aguilar/ Lacerda/Instituto Italiano de Cultura, 2001. p. 49.


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