quarta-feira, 2 de março de 2011

Escritor e filósofo Benedito Nunes morre aos 80 anos


Folha

O escritor e filósofo paraense Benedito Nunes, 80, morreu na manhã deste domingo (27). Ele estava internado havia dez dias no Hospital Beneficência Portuguesa de Belém (PA). Às 20h de sábado (26), foi transferido ao CTI (Centro de Terapia Intensiva), após sofrer hemorragia no estômago, mas não resistiu.

O corpo está sendo velado na Igreja Santo Alexandre. Na segunda-feira (28), às 9h será realizada uma missa de homenagem ao escritor e logo após, às 11h, o corpo será cremado no cemitério Max Domini, localizado no município de Marituba (20km de Belém).

VIDA E OBRA

Nascido em Belém em 21 de novembro de 1929, Benedito José Viana da Costa Nunes foi um dos fundadores da Faculdade de Filosofia do Pará, posteriormente incorporada à Faculdade Federal do Pará.

Por "Clave do Póetico", Nunes recebeu o prêmio Jabuti na categoria crítica literária, em 2010. No mesmo ano, ganhou o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.

Em 1989, publicou "O Drama da Linguagem - Uma Leitura de Clarice Lispector", um ensaio literário sobre a escritora.

DEPOIMENTOS

Aldrin Figueiredo, escritor e amigo de Nunes, conta que teve o privilégio de ter escrito um texto em parceira com ele, e que fez o prefácio de uma de suas obras, "Luzes e Sombras do Iluminismo no Pará", escrito em 2004, com Milton Hatoum.

Nunes era crítico literário e de arte, e sua primeira análise foi sobre as obras da escritora Clarisse Lispector. "Desse estudo foram criados dois livros, "O mundo de Clarisse Lispector" e o " Drama da Linguagem", onde se observa uma análise fenomenológica e existencialista", explica Aldrin. Ele conta que as obras foram elogiadas por Clarisse que se tornou amiga do autor.

Amarilis Tupiassu, professora de Letras da Universidade Federal do Pará e da Universidade da Amazônia, afirma que Nunes estava sempre de bom humor, e uma de suas últimas brincadeiras foi dizer que, quando saísse do hospital, a primeira coisa que iria fazer seria comer um pastel. "Benê sempre foi brincalhão até nessa situação ele fez piada". Ela lembra que quando ele recebeu o título de Doutor Honoris Causa, homenagem feita aos professores eméritos, ela fez a saudação. Benedito José Viana da Costa Nunes (Belém, 21 de novembro de 1929 - Belém, 27 de fevereiro de 2011) foi um filósofo, professor, crítico de arte e escritor brasileiro[1] [2].
Foi um dos fundadores da Faculdade de Filosofia do Pará, depois incorporada à Universidade Federal do Pará - UFPA. Ensinou literatura e filosofia em outras universidades do Brasil, da França e dos Estados Unidos. Escreveu artigos e ensaios para jornais e publicações locais, nacionais e internacionais. Aposentou-se como professor titular de Filosofia pela UFPA, tendo recebido o título de Professor Emérito em 1998. No mesmo ano, foi um dos ganhadores do Prêmio Multicultural Estadão.
É autor de O drama da Linguagem, uma leitura de Clarice Lispector; O tempo na narrativa; Introdução à Filosofia da Arte; O dorso do tigre (ensaios literários e filosóficos); João Cabral de Melo Neto (Coleção Poetas Modernos do Brasil); Oswald Canibal (Coleção Elos); Passagem para o poético; A filsofia contemporânea; No tempo do niilismo e outros ensaios e Crivo de Papel (ensaios literários e filosóficos).
Benedito Nunes recebeu dois Prêmio Jabuti de Literatura: em 1987, pelo estudo da obra de Martin Heidegger que culminou em Passagem para o Poético; e em 2010 pela crítica literária A Clave do Poético.[3] Em 2010, foi agraciado com o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto da obra.[3]

Índice

Obras

  • Passagem para o poético - Filosofia e Poesia em Heidegger, 1968;
  • O Dorso do Tigre (Coleção Debates - ensaios literários e filosóficos), 1969;
  • João Cabral de Melo Neto (Coleção Poetas Modernos do Brasil), 1974;
  • Oswald Canibal (Coleção Elos), 1979;
  • O tempo na narrativa, 1988;
  • O drama da linguagem - Uma leitura de Clarice Lispector, 1989;
  • Introdução à Filosofia da Arte, 1989;
  • A Filosofia Contemporânea, 1991;
  • No tempo do niilismo e outros ensaios, 1993;
  • Crivo de papel (ensaios literários e filosóficos), 1998;
  • Hermenêutica e poesia - O pensamento poético, 1999;
  • Dois Ensaios e Duas Lembranças, 2000;
  • O Nietzsche de Heidegger, 2000;
  • Heidegger e Ser e Tempo, 2002;
  • Crônica de Duas Cidades - Belém e Manaus, 2006 - em coautoria com Milton Hatoum.

Prêmios

Recebeu o prêmio Jabuti em 1987, na categoria Estudos Literários e, em 2010, pela crítica literária A Clave do Poético.[3]
Em 2010, recebeu o Prêmio Machado de Assis concedido pela Academia Brasileira de Letras pelo conjunto da obra.[3]

Referências

  1. Pará perde o grande pensador Benedito Nunes - Agência de notícias do Governo do Pará
  2. Morre Benedito Nunes, um dos mais importantes pensadores da atualidade - Jornal do Brasil, 27.2.2011
  3. a b c d Bini, Fabrício. (27 de fevereiro de 2011). Escritor e filósofo Benedito Nunes morre aos 81 anos. Folha de S.Paulo, acesso em 28 de fevereiro de 2011

Ligações externas

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